O 28 de Setembro de 1974, assinalou 0 1.º
grande momento de tensão politica e social no Portugal saído do 25 de Abril..
É
para o dia 28 de Setembro que é convocada uma manifestação da auto denominada “Maioria silenciosa”, iniciativa política
de alguns sectores conservadores da sociedade portuguesa, civil e militar, de
apoio ao então Presidente da República General Spínola.
Perante
esta acção o, na altura, Brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho do COPCON e o
Ministro da Defesa Firmino Miguel, reagem, sendo a manifestação proibida pelo
MFA.
Os
partidos políticos de esquerda distribuem entretanto comunicados apelando “à
vigilância popular” e denunciam as tentativas contra-revolucionárias dessa
minoria tenebrosa. São levantadas barricadas populares nos acessos a Lisboa e
noutras localidades. Durante a noite, grupos de militares tomam o lugar dos
ativistas civis. São detidas várias figuras políticas afectas ao velho regime,
quadros da Legião Portuguesa, da Mocidade e alguns manifestantes.
António
de Spínola tenta entretanto reforçar o poder da Junta de Salvação Nacional, que
comanda, e, em vão, estabelecer o estado de sítio. Em consequência disso, a
Comissão Coordenadora do MFA impõe-lhe a demissão dos três generais mais
conservadores do grupo: Galvão de Melo, Manuel Diogo Neto e Jaime Silvério
Marques. Derrotado, Spínola demite-se a 30 de Setembro do cargo de Presidente
da República, sendo substituído pelo general Costa Gomes. No seu discurso de
renúncia, Spínola denuncia certas políticas do governo e prenuncia o caos, a
anarquia e “novas formas de escravatura”.
Com
a “vitória sobre a reacção” e a derrota da direita civil (segundo o então
primeiro Ministro Vasco Gonçalves), termina o primeiro ciclo do PREC.